Um ano depois das urnas: o Enfermeiro que levou o cuidado para a política
- Sophia Assunção | Jornalista
- 6 de out.
- 3 min de leitura

Há exatamente um ano, os eleitores de Uberlândia escolheram novos representantes para a Câmara Municipal. Entre eles, destacou-se Conrado Augusto Ferreira de Oliveira, enfermeiro e professor, conhecido pela fala serena e olhar atento. Ele assumiu o cargo com a convicção de que o cuidado, que praticou na Enfermagem e na sala de aula, pode igualmente transformar a vida pública.
Da Enfermagem à política
Nascido em 15 de abril de 1989, Conrado cresceu acreditando que ajudar as pessoas é o primeiro passo para transformar a realidade ao seu redor. Quando jovem, imaginava-se socorrista, alguém que estivesse na linha de frente quando a urgência chamasse. A escolha pela Enfermagem veio dessa vontade de estar próximo, de agir onde a dor e a esperança se encontram.
Durante o curso de Enfermagem na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ele descobriu que o cuidado vai além do hospital. Foi ali que começou sua participação em movimentos estudantis e sociais, sendo eleito por duas vezes presidente do Diretório Acadêmico Anna Nery. A vivência o aproximou dos debates sobre políticas públicas e o fez perceber que boa parte dos problemas enfrentados pelos profissionais de saúde começa nas decisões tomadas por quem está fora do dia a dia dos hospitais.
Ensinar também é cuidar
Em 2012, Conrado iniciou uma nova etapa da carreira como professor substituto da Escola Técnica de Saúde da UFU. No convívio com os alunos, percebeu que ensinar também é um ato de cuidado. A sala de aula tornou-se um espaço de escuta e formação humana, onde cada estudante era visto não apenas como futuro técnico, mas como alguém capaz de mudar realidades.
Voz ativa em defesa da classe
Um dos momentos mais marcantes dessa trajetória foi sua atuação na mobilização pelo Piso da Enfermagem. Antes mesmo de ingressar na vida política, Conrado se destacou em Uberlândia como uma das vozes mais ativas da categoria, promovendo informação, diálogo e união entre os profissionais. A conquista, transformada em lei no dia 4 de agosto e publicada no Diário Oficial em 5 de agosto, representou para ele mais do que um avanço salarial; foi o reconhecimento de uma classe que, por décadas, sustentou o cuidado com pouca valorização.
Política como extensão do cuidado
A trajetória política começou como extensão natural dessa caminhada. Segundo ele, o que o motivou a disputar uma eleição foi a luta pela valorização da saúde pública e da Enfermagem. No plenário, Conrado passou a defender com firmeza as pautas que já o moviam como profissional e cidadão: o reconhecimento de quem trabalha na linha de frente e a construção de um sistema público mais digno e acessível.
Um ano de trabalho, diálogo e transformação
Um ano após as eleições, Conrado continua com a mesma serenidade de quem acredita que política se faz no dia a dia, ouvindo, dialogando e aprendendo. Entre reuniões, visitas a unidades de saúde e conversas com a população, ele mantém a postura de quem não esquece suas origens.
No gabinete, é visto como alguém acessível, comprometido com a escuta e atento às demandas reais da cidade. Fora dele, segue sendo o professor que incentiva, o enfermeiro que acolhe e o cidadão que acredita que cuidar é, antes de tudo, um ato de transformação.
“Cuidar sempre foi a base da minha trajetória, desde o tempo em que atuava na Enfermagem até a experiência como professor. Hoje, na política, tenho a oportunidade de participar diretamente das decisões que moldam a cidade. Meu papel é ser a ponte entre quem já viveu a realidade dos profissionais de saúde e quem ajuda a definir políticas públicas, garantindo que nossas ações valorizem quem cuida, fortaleçam o sistema público e construam uma Uberlândia mais justa para todos. Agradeço aos 3.585 votos que recebi na eleição: cada apoio reforça meu compromisso em trabalhar por nossa cidade e por quem cuida dela.”
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